O Boi
e o Jumento
O boi
e o jumento aquecem o Menino, na madrugada fria e na ausência de carinho desta
humanidade que recebe em frágil corpo o Criador do Universo.
Folhas
O
azevinho (que simboliza o flagelo de Cristo), a hera e o visco eram ervas
consideradas como plantas mágicas, por manterem-se verdes em pleno inverno.
Essa crença foi divulgada pelos druidas, antigos sacerdotes dos gauleses e
bretões.
Guirlanda
Uma
guirlanda pendurada na porta de casa indica a presença do Menino Jesus naquele
lar.
Em muitos países se faz durante o advento com ramos de pinheiro uma coroa ou
guirlanda com quatro velas para o tempo prévio da chegada do menino, conhecido
como Advento. Estas velas simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo.
No primeiro domingo deste tempo litúrgico, acende-se a primeira vela que
simboliza o perdão a Adão e Eva. Eles morrem nesta terra mas viverão em Deus.
No segundo domingo, a segunda vela acesa representa a fé dos patriarcas. Eles
creram no dom da terra prometida. A terceira vela simboliza a alegria do rei
David, que celebrou a aliança e sua continuidade. Esta terceira vela sempre têm
uma cor mais alegre, particularmente o rosa, para distingui-la das outras mais
sóbrias. A última vela simboliza o ensinamento dos profetas, que anunciaram um
reino de paz e de justiça.
Em
muitas paróquias, a Coroa de Advento é colocada ao lado do altar e utilizada
durante as celebrações litúrgicas. Sua finalidade é lembrar a caminhada rumo ao
Natal que chega. A coroa é feita com ramos verdes de pinheiro ou cipreste,
envolvido em fitas vermelhas. Nesses ramos são colocadas quatro velas, podendo
ser de cores variadas ou seguir a tradição litúrgica da cor roxa, própria do
tempo do Advento. As velas são acesas, gradualmente, a cada semana, nas
celebrações dominicais, marcando, assim, o percurso feito pela comunidade até o
Natal.
Com
o passar dos anos, a coroa deixou de ser somente um símbolo litúrgico e passou
a enfeitar as portas das casas, assumindo o formato de guirlandas enfeitadas,
lembrando àqueles que chegam à casa que o Natal também está chegando.
Colocar
meias na chaminé simboliza um gesto de São Nicolau, que decidiu ajudar três
irmãs que não tinham dote para casar. O bispo atirou sacos de moedas pela
chaminé, que acabaram por cair dentro das meias que estavam a secar.
Noite
Feliz
A
canção mais popular da noite de Natal nasceu na Áustria, em 1818. Na cidade de
Arnsdorf, ratos entravam no órgão da igreja e roeram os foles. Preocupado com a
possibilidade de uma noite de Natal sem música, o padre Joseph Mohr saiu atrás
de um instrumento que pudesse substituir o antigo. Em suas peregrinações,
começou a imaginar como teria sido a noite em Belém. Fez anotações e procurou o
músico Franz Gruber para que as transformasse em melodia.
Nos
países frios, as crianças se acostumaram a sair nos dias que antecedem o Natal
para criar seus próprios bonecos de neve. O processo é muito simples, sendo
apenas necessário armar duas grandes bolas de neve e colocá-las uma sobre a
outra. Também é preciso uma cenoura para servir de nariz, um cachecol velho, um
chapéu, algumas laranjas para os olhos e quatro galhos para servir de pés e
mãos.
A
tradição popular acabou virando mania e se transformou em peça de decoração de
árvores de Natal, mesmo em países tropicais como o Brasil.
O
primeiro cartão de Natal surgiu na Inglaterra em 1845. O pintor John Calcott
Horsley desenhou uma família ao redor de uma mesa bastante farta e colocou, ao
lado, um rico dando comida a crianças pobres. Havia a mensagem, em inglês, de
Feliz Natal e Próspero Ano Novo para você. Horsley fez o cartão sob encomenda
de Henry Cole, diretor de um museu, que imprimiu mil cópias.
Anjos
cantores anunciam uma boa notícia. Glória no mais alto dos céus e paz na terra
aos homens de boa vontade. Anjos, ou seja mensageiros surgem nos céus para
confirmar o nascimento do filho de Deus. Pela melodia que entoam prenunciam um
novo tempo. São como nossa consciência artística a reforçar junto aos pastores
de ovelhas e gado que os seres celestes se encontram com os excluídos da
sociedade e garantem a estes sua auto-estima dando valor à cada vida frágil.
Os
anjos na tradição cristã natalina são representados com traços infantis, como
sinal de inocência e de pureza. Seriam marcas de regressão no homem adulto com
saudades de sua infância. Uma valorização do Peter Pan que temos em nós e que
pode também simbolizar a vitória sobre a complexidade e ansiedade, bem como a
conquista da paz interior e da confiança em si mesmo.
Anjos
Os
anjos representam o Anjo Gabriel, responsável pela anunciação da boa-nova, já
que foi ele a levar a mensagem do nascimento do menino Jesus, a Nossa Senhora.
Panetone
O
bolo recheado de frutas secas e uvas secas é uma tradição do Natal italiano.
Ele foi criado na cidade de Milão, não se sabe ao certo por quem. Existem três
versões. A primeira é que o produto nasceu no ano 900, inventado por um padeiro
chamado Tone. Por isso, o bolo teria ficado conhecido como pane-di-Tone. A
segunda versão da história diz que o mestre-cuca Gian Galeazzo Visconti,
primeiro duque de Milão, preparou o produto para uma festa em 1395. E a última
versão conta que um certo Ughetto resolveu se empregar numa padaria para poder
ficar pertinho da sua amada Adalgisa, filha do dono. Ali ele teria inventado o
panetone, entre 1300 e 1400. Feliz com a novidade, o padeiro permitiu que
Ughetto se casasse com Adalgisa. No Brasil, a tradição surgiu depois da Segunda
Guerra Mundial. Imigrantes italianos resolveram fazer o mesmo panetone
consumido por eles na Itália na época de Natal.
Papai
Noel
Acredita-se
que a figura do Pai Natal surgiu na Turquia, no ano de 280 d.C, tendo sido
inspirada num bispo chamado São Nicolau, que presenteava os mais pobres com
saquinhos de moedas. A imagem do Pai Natal atual teve origem nos EUA e é o
principal ícone do Natal.
A
figura do Papai Noel é inspirada em São Nicolau, que colocava sacos de ouro nas
chaminés ou os jogava pela janela das casas. Os presentes de natal jogados pela
janela caíam dentro de meias que estavam penduradas na lareira para secar.
Em
1823, Clement C. Moore escreveu o livro Uma visita de São Nicolau. Quarenta
anos mais tarde Thomas Nast, um cartunista, criou um Papai Noel para a capa da
revista Harpers Weekly. O Papai Noel criado por Nast era gordo e alegre, tinha
barba branca e fumava um longo cachimbo. Nos anos seguintes novas versões de
Papai Noel apareceriam nas capas da revista. Em 1931 Haddon Sundblom instituiu
a cor vermelha da roupa do papai Noel através das propagandas da Coca-Cola, que
eram veiculadas em todo o mundo na contracapa da revista National Geografic.
Outra versão para a cor vermelha da roupa do Papai Noel é a de que São Nicolau
tornou-se bispo e, por este motivo, passou a vestir roupas e chapéu vermelhos,
além de usar barba branca.
Presentes
A
idéia de trocar presentes no Natal está relacionada, entre outros motivos, aos
magos que trouxeram presentes para o menino Jesus (Mt 2.11). O grande e
imerecido presente mesmo é Deus que nos oferece em Cristo: uma vida abundante e
repleta de alegria. A troca de presentes entre as pessoas é uma forma de lembrar
que a oferta generosa de Deus em Cristo é para todos. O simbolismo do presente
não é que, egoisticamente, acumulemos um monte de presentes ou presenteemos com
segundas intenções. O simbolismo do presente é a partilha que permite que
pessoas excluídas tenham acesso à vida boa e abundante que Cristo trouxe para
todos. Presentear o necessitado é abrir as portas para o Senhor nascer!
Presépio
O
presépio é talvez a mais antiga forma de caracterização do Natal. Sabe-se que
foi São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, em 1223, o primeiro
a usar a manjedoura com figuras esculpidas formando um presépio, como o
conhecemos hoje. A idéia surgiu enquanto lia, numa de suas longas noites, um
trecho de São Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então
montá-lo em tamanho natural, numa gruta da cidade. O que restou desse presépio
encontra-se atualmente na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. A Sagrada
Família, os reis magos, os pastores, as ovelhas, o boi e a vaca, são símbolos
desta noite de alegria, e também da humildade e dos futuros sofrimentos de
Cristo. Os pastores foram os primeiros adoradores de Cristo. Ligados a eles,
estão os carneiros, mansas criaturas muitas vezes usadas para simbolizar a
humildade de Cristo como o Divino Pastor. Nessa mesma noite sagrada, uma
estrela andou pelo céu e se localizou em cima da manjedoura, transformando-se
no símbolo do divino guia. Deus dirigiu por intermédio dela quem quis acreditar
no nascimento de seu filho. O boi e a vaca, figuras sempre presentes no
presépio, ilustram a humildade de todas as criaturas do mundo, reconhecendo e
homenageando Cristo como filho de Deus. Três reis também foram saudar o
recém-nascido. Os homens sábios, ou magos, visitaram a manjedoura depois do
nascimento; levados pelo Divino guia. Sua visita foi profetizada na Bíblia no
salmo 71 e em Isaías 60, como reis levando presentes de incenso, ouro e mirra
para o Salvador.
Reis
Magos
O
historiador inglês São Bedas (673-735) foi o primeiro a citar os nomes e
descrever os três Reis Magos. Cada um deles representa uma raça: a branca, a
amarela e a negra. O africano Baltazar, com cerca de 30 anos, o asiático
Gaspar, com 15 anos, e o europeu Melchior (ou Belchior), com aproximadamente 40
anos, foram os primeiros a visitar o Menino Jesus, e lhe ofereceram presentes:
mirra (resina extraída da árvore de mesmo nome), em sinal de sua humanidade;
incenso, para representar a divindade do Menino Jesus; e ouro, em homenagem à
sua realeza. No Brasil, as primeiras imagens dos Reis Magos chegaram de
Portugal, em 1752, destinadas ao Forte dos Reis Magos, no Rio Grande do Norte.
Renas
No
Brasil, não existe esse tipo de animal, nem mesmo no zoológico. As renas não
suportam climas quentes, gostam de temperaturas baixas. Por isso, vivem em
regiões frias, como a Escandinávia, a Groenlândia e a Sibéria, onde os
termômetros, no inverno, costumam atingir até 50 graus abaixo de zero. Rudolph
é o nome de uma conhecida rena, a mais famosa do trenó Papai Noel.
Sinos
As
badaladas dos sinos de Natal representam a mensagem Nasceu Jesus!. Além disso,
acredita-se que o som dos sinos possa afastar tudo de ruim e trazer boa sorte.
/ Outra versão: O povo se guiava pelo replicar dos sinos. É o relógio popular
nas grandes festas cristãs. No Natal o sino chega ao seu esplendor máximo. As
renas carregam sinos de anúncio e de convocação. O repique e o toque do bronze
mexem com as entranhas do humano. Simboliza o respeito ao chamado Divino e
evoca quando suspenso em torres tudo o que está suspenso entre o céu e a terra
e portanto é o ponto de comunicação entre ambos. Recorda o ambiente rural, o
tempo da igreja matriz e seus sinos e toques de aviso e de convocação para a
vida e para a morte. Sinos ressoam ao ouvido e no coração religioso de todos os
povos.
Velas
A
vela simboliza a luz que veio ao mundo com o nascimento de Cristo, como lemos
no profeta Isaías 9.1: O povo que andava na escuridão, viu uma forte luz; a luz
brilhou sobre os que viviam nas trevas. Consumindo-se completamente para gerar
luz, a vela simboliza a doação em favor da vida. Mesmo com toda a iluminação
artificial, a vela conserva seu valor.
Nas
noites de frio, acendemos uma vela. Acender velas nos remete à festa judaica de
Chanuká, que celebra a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus
das mãos dos gregos. Lembramos também da remota festa pagã do Sol Invencível
dos romanos (Dies solis invicti). No hemisfério norte é celebrada na noite do
solstício de inverno, em 25 de dezembro. Os cristãos se apropriam desta festa e
transformam-na na festa da luz que é Cristo. Uma luz do céu desceu para nós
(Lux magna super terram). Na chama da vela estão presentes todas as forças da
natureza. Vela acesa é símbolo de individuação e de nossos anos vividos. Tantas
velas, tantos anos. E um sopro pode apagá-las para que de novo possamos
reacendê-las no ano vindouro. O sopro do aniversariante é mais forte que os
anos que ele já viveu. Para o cristão simbolizam a fé e o amor consumido em
favor da causa do Reino de Deus. Velas são como vidas entregues para viver.
As
luzes são a substituição moderna das velas, com um igual significado de fogo da
vida eterna e chegada de uma nova era.
Bolas
Coloridas
Nas
árvores de Natal, as bolas coloridas simbolizam os frutos das árvores, numa
representação de amor, esperança e perdão.
Bengalas
A
tradição das pequeninas bengalas brancas e vermelhas surge como um símbolo das
bengalas utilizadas pelos pastores que foram visitar o menino Jesus, no seu
nascimento.
Árvore
de Natal
Enfeitar
árvores e usar seus ramos na decoração são tradições encontradas em vários
cultos pagãos. Os egípcios já levavam galhos de palmeiras para dentro de suas
casas no dia mais curto do ano, em dezembro, simbolizando o triunfo da vida
sobre a morte. Os germânicos festejavam o carvalho sagrado de Odin. E os
romanos enfeitavam suas casas com pinheiros durante a Saturnália, adornando as
árvores de carvalho com maçãs douradas para celebrar o Solstício de Inverno.
A
primeira referencia à árvore de natal como a conhecemos hoje data do século
XVI, em Strasbourg, onde as famílias decoravam pinheirinhos de natal com papéis
coloridos, frutas e doces. O hábito se espalhou pela Europa e daí para o mundo.
Na tradição católica o pinheiro foi escolhido por sua forma triangular, que
representaria a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Segundo
a tradição alemã, a decoração de uma árvore de natal deve incluir 12 ornamentos
para garantir a felicidade de um lar. São eles:
· Casa: proteção
· Coelho: esperança
· Xícara: hospitalidade
· Pássaro: alegria
· Rosa: afeição
· Cesta de frutas: generosidade
· Peixe: benção de Cristo
· Pinha: fartura
· Papai Noel: bondade
· Cesta de flores: bons desejos
· Coração: amor verdadeiro
Natal, momento de reflexão, de fazer um balanço, de agradecer pela vida e pela família que temos.
Natal, dia do Nascimento do Menino Jesus, que veio ao mundo para nos ensinar o amor, amor ao próximo, amor pela família, amor pelos animais, enfim amor por todas as coisas de Deus.
Não importa o que você coloca na sua mesa, ou como você enfeita a sua casa, o mais importante é a família reunida, nesta noite especial.
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