Foto: DIvulgação |
Tem partitura azul e branca da nossa Vila Isabel"
Autores: Carlinhos Petisco, Serginho 20,
Machadinho, Paulinho Valença e Henrique Hoffman, Victor Alves
Intérprete: Gilson da Conceição (Gilsinho)
Intérprete: Gilson da Conceição (Gilsinho)
Samba Enredo:
O envolvimento suave da batuta
com a poesia do povo de Noel
em sintonia o mestre
e seus movimentos
e o samba de Vila Isabel
tá na sua regência
a doce magia e a inspiração
pra gente tocar feliz
o clássico na mais pura raiz
mais cordas, metais
a valorizar as notas musicais
traz o sopro de paz
eu quero curtir o guarani
na arte retratos da vida
o amor de Ceci e Peri
viver é amar e sonhar
no som do "Menino Brasil"
o "canto do uirapuru"
Villa Lobos a emocionar
Seguem no compasso a swingueira,
orquestra brasileira, o balé
bailam passistas, porta bandeira,
e a bailarina na ponta do pé
solto então a voz na canção
que emociona a todos nós
Dignidade de volta pro ninho
Isaac e Martinho dão o tom
No ar a mais bela sinfonia
é de arrepiar
comunidade unida a cantar
renasce num sonho lindo,
a Vila de novo sorrindo
e a música vem brindar
"O maestro brasileiro na terra de Noel...
Tem partitura azul e branca da nossa Vila Isabel"
Tem partitura azul e branca da nossa Vila Isabel"
Preparem-se para um grande concerto!
O maestro sobe ao púlpito, exercendo
uma função primordial como "elemento de ligação das ideias do compositor
aos instrumentistas e/ou cantores", e, suavemente, ergue a batuta ao ato
sublime que transcende a essa dualidade e se lança aos encantos da regência
sinfônica, inscrita "dentro de parâmetros do imponderável, da mítica, da
aura que acompanha o artista e determina a sua sonoridade".
Sua regência é mais que um gesto,
ruma-nos à poesia dos sons, traduz das partituras a emoção da formação de um
povo, a genialidade espontânea da criação, a musicalidade orquestrada à
inspiração de significativas apresentações que provêm do canto e do balé. Numa
relação humana onde o elemento principal é a música, o maestro Isaac
Karabtchevsky transforma a Sapucaí num palco e rege o enredo do meu samba:
"O Maestro brasileiro na terra de Noel... Tem partitura azul e branca da
nossa Vila Isabel".
Em tons graves, agudos, altos ou
baixos...as notas musicais saltam dos instrumentos. Afinam-se cordas, metais,
sopros, percussão... Os efeitos sonoros vão criando uma incrível e mágica
sonoplastia... E de uma forma livre e espontânea, o prelúdio se inicia.
Tudo pronto. Ouvimos o terceiro
sinal. Deixem-se contagiar pelos sentidos da música. Peguem seus libretos, o
espetáculo vai começar!
Na forja do destino, um momento
divino: "Faunos" entoam seus sons cristalinos.
Envolvidos pela poesia, a saudade
aperta em nosso peito. Em tempo de inspiração, os "retratos da vida"
são o cocar da cultura do nosso Brasil. De um índio, bravo nativo, chamado
Guarani – que se veste de paixão e luta para conquistar seu grande amor.
Viajamos pelo canto do
"Uirapuru" e descobrimos cada pedacinho desse chão. Do "Concerto
da Floresta" ao sertão brasileiro, seguimos pelos trilhos do
"bachiano menino" a todo o vapor. Pulsantes sejam o "canto da
alma caipira" e o "canto da nossa terra", aventuras de meninos
moleques e de seus coloridos papagaios, a matriz da genuína cultura brasileira!
"Corremos pelas partituras de
mãos dadas com notas musicais" ao requinte de sinfonias clássicas,
barrocas e românticas. Suítes, sonatas, concertos...embalam, musicalmente, as
"Quatro Estações" dos fenômenos da Natureza; enredam-se pelo amor
shakespeariano de "Romeu e Julieta", pelas aventuras de
"Fígaro", o astuto criado da velha Sevilha, e protagonizam um
conjunto de revelações e disfarces num festivo e simbólico "Baile de
Máscaras". Seus sons, ainda entrelaçam-se às nuances, aos detalhes, às
"cores" que a voz consegue, sem possibilidade de confronto,
reproduzir, navegando por entre mares de compassos, declamações líricas à
ousadia do capitão, o que carrega uma maldição por desafiar "Satanás"
a bordo de um "O Navio Fantasma".
Um momento esplêndido: o maestro
reduz seu gesto à proporção justa. Expressa o máximo com o mínimo...respira com
a orquestra! Um espetáculo à parte. Allegro, avante... Seu realismo fantástico
cruza as fronteiras da criação com a regência da Nona Sinfonia de Beethoven!
Entre românticos arcos de flores, a
"Sagração da Primavera"! Linda é a bailarina, princesa, camponesa
que, ao som da sinfonia, reflete o brilho de raro esplendor do "Lago dos
Cisnes". Não há quem não se emocione com a majestosa e exuberante
coreografia, aventurando-se, sob muitas formas, diante do "fogo
sagrado" de "La Bayadère". Nem com "Balé de Bolshoi",
com o "Quebra Nozes" e com tantos outros... É girando na ponta dos
pés que a orquestra revela a emoção da "arte dos passos".
Nossos olhos, sem mais prova,
atestam, deslumbrados, um magnífico espetáculo. Diante do que se vê, sopranos e
tenores entoam da arte teatral: a ópera, voz encenada em drama musical.
Castelos, histórias de amor, contos e fábulas...faces do imaginário, um tom
magistral de sonhos em sintonia com a vida.
Ó magia! Sob a partitura azul e
branca, tudo soa, recebendo, em si, o sopro que do Brasil ecoa. Vem, meu
"povo do samba", desfrutar dessa música boa, de um "Aquarius
Concerto", ao solo de um pandeiro e renascer das cinzas nos versos de um
"senhor partideiro": Martinho da Vila. Vem com a Vila Isabel, com seu
reduto de bambas que "não quer abafar ninguém", "só quer mostrar
que faz samba também.
Carnavalesco: Max Lopes
Fonte:http://www.rio-carnival.net/
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