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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

VIRADOURO

Foto: Divulgação
Enredo: "Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça!"

Autores: Luiz Carlos da Vila - Adaptação: Gustavo Clarão
Intérprete: José Paulo Ferreira Sierra (Zé Paulo)

          Samba Enredo: 

Os negros
Trazidos lá do além-mar
Vieram para espalhar
Suas coisas transcendentais
Respeito
Ao céu, a terra e ao mar
Ao índio veio juntar
O amor, à liberdade
A força de um baobá
Tanta luz no pensar
Veio de lá
A criatividade

Em cada palma de mão, cada palmo de chão
Semente de felicidade
O fim de toda a opressão, o cantar com emoção
Raiou a liberdade
Tantos o preto velho já curou
E a mãe preta amamentou
Tem alma negra o povo
Os sonhos tirados do fogão
A magia da canção
O carnaval é fogo
O samba corre
Nas veias dessa pátria - mãe gentil
É preciso atitude
De assumir a negritude
Pra ser muito mais Brasil

ôôô,ôôôô,ôôôô Brasil




                    Enredo de 2015
"Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça!"

E se não fossem os negros? Por certo, o Brasil seria outro...

Este enredo para o desfile da unidos do Viradouro 2105 é baseado em dois sambas
De autoria do imortal poeta negro Luiz Carlos da Vila,
Ele próprio, Luiz Carlos, um exemplo clássico da perspicácia e sabedoria populares sofisticadas
Que nos restaram como sagrada herança desse ébano vitorioso.

Canta, então, a Viradouro seu elogio
Aos valores da inteligência transcendental dos povos vindos d'África,
Valores esses que culminaram por estruturar a nossa alma verde-amarela.

Tomando o Brasil como vibrante corpo miscigenado,
Aceitamos a tese afirmada nas canções
De que nas veias da pátria-mãe gentil circulam os pilares da venturosa negritude;
Foi incansável sobrevivência, sempre trocando gás carbônico por oxigênio,
Em asfixiante agonia que não a matou jamais!

Nossa procissão cultiva as sementes da felicidade,
Desabrochadas em emocional vascularização da esperança
A influência espiritual ramificada ao extremo da nossa sistêmica nação,
Que foi se adaptando em destemida corrente
E fez o brasileiro catar e juntar em si
O que foi espalhado com sabedoria: as qualidades do além-mar!

Navegando sobre as ondas do tal pensamento luminoso que enovelam o artista,
E desembarcando nas tabas ameríndias,
O brilhante legado criativo junta atabaque ao cocar;
Faz simbiose entre o pajé e o griot: flechas e altares!
Tupis, bantos, guaranis e yorubás testemunhando tupã abraçar oxalá.
É no tempo encantado da singular sagração terra brasilis,
Quando enraizamos nosso particular baobá.

Somos esta corporificação híbrida, uma organicidade única,
Onde palmas de mão musicalizam palmos de chão.
Somos da linhagem abençoada dos guerreiros que raiam com a liberdade.

Um povo de alma negra
Porque amamentado na sala da casa grande pelo leite que da senzala vinha.
Saudável pela força das mãos de cura do preto velho
A balançar misteriosas palavras de preciosos poderes.

No fogão da mãe baiana, em espiritual culinária,
Refazemos diariamente os laços culturais temperados pela magia dos ritmos,
Paridos em fogoso carnaval...o samba atesta o nosso triunfo!

Viradouro brada atitude e muda a estratégia da camélia abolicionista:
É mediadora na superação do ressentimento,
Ao assumir na escolha das obras do excepcional sambista
A beleza de ser miscigenado,
O que transformou o Brasil em terra que nunca anda só.
A vitória é a reconciliação; a ousadia é viver em paz!

Carnavalesco: João Victor Araújo






Fonte: http://www.rio-carnival.net/

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